Books in 2013 #3

sábado, abril 27, 2013

Bom, tecnicamente é o #4, mas como não vou escrever opiniões para Game of Thrones, ignoremos esse facto.

An Abundance of Katherines, por John Green

Editora: Penguin 
(Idioma: Inglês)
Páginas: 213
Género: Contemporâneo

É a missão da minha vida ler tudo o que o John Green publicar, assim, mal deitei olhos ao livro numa qualquer estante da fnac, zás! - Trouxe-o comigo para casa. Depois, por curiosidade, fui ver algumas reviews/opiniões no Goodreads - o horror! Tantos ratings de 2 estrelas, como é possível?, pensei para mim. Num outro dia dessa semana, uma rapariga que conheci disse-me que tinha passado horrores para terminar o livro (bom, na verdade ela disse que leu muitos pelo meio da leitura deste, mas para efeitos dramáticos vamos ficar com a minha versão).  Dito isto, passemos à opinião propriamente dita, onde vou tentar explicar porque é que as pessoas não gostaram do livro, quando tenho quase a certeza que foi essa a razão que me levou a gostar dele.

Primeiro ponto, não é um livro com uma aventura de tirar o ar a ninguém. Não mete magia. Nem é um tear jerker. Não há emoções fortes (a não ser que a matemática vos dê os calores). É uma narrativa muito estável em termos emocionais. É, no entanto, um livro de descoberta adolescente do que/quem somos, realmente. Crescimento emocional sem drama e aprendizagem de factos que nem sabiam que queriam saber (provavelmente não queriam). 
Temos o Colin Singleton, katherine-philic, temos o Hassan, not-doer, e temos a Lindsey Lee Wells, rapariga ponto-chave,  e umas outras personagens que dá vontade de mandar ravina abaixo.  O Colin é o típico prodígio que é nerd como tudo, não dado a situações sociais, cujo maior objectivo de vida é importar, ser famoso por algo - I feel you buddy. A Lindsey é o contrário: popular q.b., agrada e sabe como fazê-lo, e não quer sair da sua terra, não quer propriamente ser conhecida. O Hassan... é mais do que comic-relief, mas é bastante bom nisso. São eles as personagens principais e são também o melhor trio possível. E são reais, não são far-fetched, se bem que nunca conheci ninguém que se sentisse atraído por nomes.

Segundo ponto, matemática. E anagramas. Muito dos dois. Penso que este ponto (e toda a info dump ao longo do livro que, na minha opinião, só torna o Colin mais plausível) é o que faz com que um punhado de leitores torça o nariz. Para quem não sabe, o Colin propõe-se a criar, de raiz, um teorema preditor de relações românticas, de quem acaba com quem e quando. Isto leva a muitos gráficos e funções e a um apêndice escrito por um matemático famoso na sua área (e do qual nunca tinha ouvido falar, porque quem, algum dia, pensou que ainda existissem matemáticos famosos no século XXI?). Sinceramente, achei super fascinante (adoro funções, eu era uma nerd de matemática no 12º ano, embora não tirasse mais do que 16).

A história é contada do ponto-de-vista do Colin, mas na terceira pessoa. Há flashbacks e há notas de rodapé para dar e vender. Achei o detalhe das notas super divertido e passo a explicar: O Colin é um prodígio porque vê relações em tudo, logo acha tudo fascinante, logo retém a informação rapidamente, o que leva a várias notinhas de rodapé com factos completamente irrelevantes à progressão da narrativa, estilo curiosidades.

Ponto....Quatro?...Aborda vários estereótipos e pensamentos próprios de adolescentes de forma bastante natural. Por exemplo quando o Colin conhece a Lindsey, rotula-a muito rapidamente como o tipo de rapariga que lê revistas cor-de-rosa, de mexericos e celebridades; a ideia geral de que os prodígios são aborrecidos e  obcecados com aprender coisas chega-nos através dos diversos flashbacks do Colin. 

Ponto Cinco, aborda algo ainda mais importante que os estereótipos: o facto de que ser famoso é o novo "ser popular" (parafraseando algo que o Hassan diz). O facto de importar, de ser lembrado, deixar algo para trás. É provavelmente a maior lição deste livro. Se reflectirmos bem sobre o assunto. E é também o que me puxou para ler o livro mais e mais.  

All in all, é um livro muito John Green-esque. Não é melhor que o TFIOS, mas é bom, a mensagem que passa faz-me todo o sentido e é uma boa distracção. 

Já tenho o próximo livro do autor cá em casa para ler: Will Grayson, Will Grayson. Co-escrito com David Leviathan. Mas vou deixar passar um tempo até o ler - talvez até arranjar o Looking For Alaska. 

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