Em bom português (ou não)

domingo, abril 21, 2013

A falta de inspiração para postar foi cortada. Siga marinha!
Passo a explicar: A Ivonne foi uma querida (vês, elogiei-te!!, e não digas que vais daqui!) e partilhou o meu video mais recente no facebook do seu blog. Uma leitora dela comentou que discordava da minha escolha de falar inglês, que deveria valorizar o Português. (Nada contra a senhora, excepto que queria que ela tivesse fundamentado as outras criticas que fez com sugestões de como melhorar.)

E eu, bem....Alto e para o baile - 'bora escrever sobre isto, em detalhe!
até pus um gif que explica as minhas emoções relativas ao tópico, (◕‿◕✿)
adoro este gif, fyi

No outro dia, a Liliana Lavado fez-me pensar no hábito que os portugueses têm de olhar para o passado (x). Bolas, que raça. - Então mas o que é que isso tem a ver com...- Ssh, ssh, I'll get there. Concordo plenamente. Se vos pudesse mostrar a montagem de imagens/situações que está a passar no meu cérebro, geez! Mas suponho que esta característica, o ser saudoso, faz parte da nossa identidade nacional. Sabem, os Ingleses têm a rainha*, nós estamos presos com correntes de aço inoxidável ao D. Afonso Henriques. E, há muito que me venho a aperceber que também é parte da nossa nacionalidade ser extremamente protector da língua Portuguesa (ninguém diria, com o acordo ortográfico e tal...) - Ah então é isto...! 
(*uso propositado de Inglaterra porque dei este tópico o ano passado em Inglês)

Agora, não é para querer parecer uma hipster irritante, ou o que seja, mas, eu não considero as identidades nacionais importantes para os indivíduos. Ou seja, percebo o seu propósito, mas não acho que o comum português ou o comum inglês tenham um uso prático para o conjunto de características que fazem parte da identidade nacional do seu país. A não ser, claro, que se queira transformar num estereótipo ridículo do habitante desse país. Não aconselho. (É daquelas coisas, tipo fé, que dão às pessoas um sentido de pertença que com o qual não me identifico)
Porque é que digo isto? Bem, porque toda a gente (ou perto disso) acha hiper-mega-ultra-super-estranho-impossível-fora-deste-mundo que eu ache importante utilizar Inglês como língua predilecta de comunicação. E caem-me em cima por causa disto (daí a identidade nacional - vou contra ela ao escolher o Inglês sobre o Português).  Quantas, mas quantas vezes já não tive a mesma discussão com os meus pais, à hora da refeição?! Até quando o pobre do David Fonseca está a cantar na rádio a minha mãe se lembra de comentar que ele seria tão melhor se cantasse em português e não odiasse os Black Eyed Peas.

Temos de valorizar a língua, blá blá no. Eu valorizo a minha língua (acordo ortográfico à parte) pela sua complexidade e beleza, considero-a mesmo uma língua bela. No entanto, não acho que seja de mais valor andar pelo mundo cibernético a falar exclusivamente português quando - 1) tenho bastantes conhecidos/amigos por esse mundo fora, com quem gosto de partilhar coisas; 2) eu quero conhecer pessoas de culturas diferentes, quero ligar-me a pessoas de todas as partes do mundo; 3) a Internet é literalmente o melhor sítio para se praticar uma língua. E, believe me when I say, as pessoas adoram a língua portuguesa. No entanto, ligam-a sempre ao Brasil, e isso irrita-me solenemente (deve ser uma das únicas características que partilho com a dita identidade nacional portuguesa). Por isso prefiro dizer "Sim, moro em Portugal" e continuar a falar inglês.  Outra das muitas razões pelas quais opto pelo inglês é o facto de não me identificar com a maioria da comunidade jovem portuguesa (há sempre excepções, claro). 
Mas, back to the point, como é que preferir usar o inglês como meio de comunicação cibernética leva a uma comentário como "devemos valorizar a língua portuguesa!" ? - é uma das coisas da identidade nacional, do patriotismo, que nunca me vão entrar na mente, suponho.

Bem, este post já se estendeu um bocadinho por demais. Mais uma vez, nada contra a pessoa que fez o comentário. Até à próxima!

You Might Also Like

2 comentários

  1. Concordo :)

    Este teu post fez-me pensar nos livros de autores portugueses, nos quais alguns optam por cenários estrangeiros em vez de nacionais.

    E as pessoas criticam.

    C-R-E-D-O mas qual é o mal? Muitas vezes, nem é uma escolha consciente, é um impulso! Experimentem escrever vocês aí desse lado que criticam! Seja qual for o local, o que importa mesmo é a qualidade da escrita e bla bla bla. Muitas vezes, até podemos aprender coisas interessantes ao termos um local não-português...

    Bom, livros à parte (credo, caio sempre pró mesmo lado), acho que a Sra. expressou a sua opinião, mas sim, podia tê-la fundamentado melhor... por outro lado, ajudou-te a quebrar a falta de inspiração! Já tinha saudades de um post :D

    P.S. quanto ao 'elogio', ainda estou a enrolar a língua. Ainda bem que não foi preciso falar :D ahah

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Mas é que é mesmo! Qual é a necessidade de criticar os autores quanto aos espaços que escolhem? A nossa nacionalidade não é tudo, e se calhar se o português, em geral, deixasse de se agarrar com unhas e dentes ao passado, a coisa até andava prá frente (alguém levou os anúncios do "o que é nacional é bom" demasiado a sério).
      É que criticar é muito lindo, fazer criticas construtivas é que já dá trabalho.

      Eliminar

Subscribe