Books in 2013 #4-#7 - Os Instrumentos Mortais

sábado, setembro 21, 2013

The Mortal Instruments, por Cassandra Clare

Editora: Planeta / Simon & Schuster
(Idioma: Português (#1), Inglês(#2-5))
Páginas: -
Género: Fantasia, Acção, YA

Li Cidade dos Ossos pela primeira vez no final do ano passado (do estilo, acabei no dia 30 de Dezembro, daí contar apenas 4 livros no titulo), e fiquei cativada pela saga quase instantaneamente. Tem todos os ingredientes para me chamar a atenção - fantasia, anjos, demónios, plot twists que quase parecem chapadas na cara (excepto quando já pensavamos que tal ia acontecer uhm...), personagens secundárias com histórias paralelas, maus da fita que são mesmo maus....Bom, a lista é comprida. I'll give you que a escrita é direccionada mesmo para o publico YA, nada de complexo, e concedo que o enredo não é nenhuma obra genial. Mas é bom. É. É bom para mim, pelo menos. E aqui está a opinião do primeiro livro! Mantenho-me fiel ao que disse no goodreads, e acho que se aplica, em geral, à saga. 
O bom de ser uma saga é que nos apegamos às personagens que acompanhamos (por bom quero, na verdade, dizer soul-wreching, heart breaking, soul torturing...you get the gist). A minha parte preferida de "opinar livros", ou de pensar/reflectir sobre a minha experiência de leitura, é pensar em como eu via as personagens no inicio e como elas vieram a crescer - tanto como personagens como veio a crescer o meu amor por elas. E neste caso, não foi diferente. É engraçado que, no primeiro livro, eu pensei "Ugh estes Lightwoods são tão altivos e snobs e pensam que são melhores que toda a gente, adoro-os mas odeio-os", e agora já penso "JURO que se a Cassandra os aleijar ou matar eu vou atirar o livro contra a parede e provavelmente chorar durante dois dias" (não aconteceu, mas quase ia acontecendo). Mas não é só o meu apego que uso para julgar o quão boas as personagens e o seu desenvolvimento é, mind you. In fact, se há algo que eu acho que foi muito bem conseguido por parte da autora foi o facto de existir um crescimento visível e sólido da maioria das personagens e das relações entre elas.
Este crescimento, or lack of thereof, leva-me ao meu próximo ponto: A continuidade entre os livros e a saga em geral. Vou-vos ser o mais honesta possível: A saga podia ter acabado no terceiro livro. Podia. A CC podia ter escrito uma sequela, outra saga, que englobasse os livros seguintes. O livro 4 (City of Fallen Angels) foi um filler. Eu adorei, porque foi mais soft, emocionalmente do que os restantes. Mas ela podia ter condensado aquilo de outra forma. Acho que a entrada num novo plot point foi um bocado ridícula, no entanto o enredo acaba por desenrolar bem.  No entanto, sim, os três primeiros livros desenrolam-se melhor. Falta ainda o ultimo livro, City of Heavenly Fire, para poder fazer uma melhor apreciação deste segundo arco. 
Porque é que eu disse que o crescimento das personagens levava a este ponto? Porque o #4 é basicamente character development para o Simon, para a Izzy e para o Alec. É isso que é. A Clary e o Jace não desenvolvem neste livro, o grande crescimento deles dá-se no #3 e no #5. E por muito que adore a "Team Good" (Simon, Izzy, Alec, Magnus por afiliação, Jordan e Maia), a verdade é que eles são as personagens "B", não são a personagem central (como a Clary e o Jace), são os protagonista de periferia, se é que isso existe. E isso leva a que a história não desenvolva tanto como estaríamos habituados. 
Claro que eu acabo sempre por me apaixonar pelas personagens secundárias e o seu desenvolvimento é algo que me dá imenso prazer ler. 
Falando um bocado das personagens principais - Clary e Jace -, tenho a dizer que, por muito que os proteja de toda e qualquer critica, às vezes já enjoa. É o problema dos amores destinados e dos amores fatídicos e blá blá. Parte da razão pela qual adorei o #3 e o #5 foi por este casal aprender a ser menos dramático. Cresceram enquanto par e isso tornou a dinâmica dos dois cada vez melhor.
A Clary, no entanto, ainda cai naquele estereotipo da "main reckless girl" que já é tão feito e refeito que não há muita gente que ainda aprecie - mas tenho esperanças que no próximo volume isto vá mudar. Tenho mesmo. Já o Jace, para mim, será sempre uma personagem 80% perfeita. Sim, ele pode parecer bastante típico no que respeita a ser o "sarcastic, arrogant type" mas a questão é que, não ele até nem é assim. Acho até que é fácil aos leitores e leitoras identificarem-se com a personagem exactamente por ele dar essa primeira impressão. Porque ao ser uma personagem com - uhm, vá não quero dizer que é um exemplo perfeito de uma personagem com várias camadas, mas tem pelo menos umas 3 camadas, já é multi-dimensional. Não que a Clary não seja multi-dimensional, mas acho que enquanto a personagem dela cai sempre na mesma rotina de se atirar de cabeça aos problemas e de sofrer pelos que ama - excepto quando a Jocelyn voltou, devo dizer que a raiva dela foi agradável - o Jace parece ser mais imprevisível (não muito, mas um pouco mais) - excepto no que toca a culpar-se, nossa senhora o rapaz culpa-se tanto, aposto que também causou a extinção dos dinossauros!
Quero também dizer que a relação entre o Alec e o Magnus é a minha preferida, mas não me deixem entrar em detalhes se não nunca mais me calo. Ah, e a relação parabatai do Alec e do Jace, quase que me fez chorar logo no inicio do #5. E já agora, a Izzy é sem dúvida a minha personagem preferida, e ela sim é perfeita a 100% (sssh).
Quanto ao mundo que a autora criou, eu quero mais. Quero perceber mais como funcionam os rituais,  mais sobre as marcas, mais sobre os anjos, mais sobre as criaturas, mais sobre o circulo, mais sobre o Brother Zacharia e os Irmãos Silenciosos e sobre as Iron Sisters e sobre os materiais que usam e as suas propriedades. Dêem-me mais! É fascinante! Não podem criar mundos e depois não me revelarem todos os detalhes e mais alguns, sou demasiado curiosa. Quero saber por alma de que santo é que o Jonathan Shadowhunter invocou o anjo, quero saber porque é que as roupas cerimoniosas são vermelhas e as de luto brancas, quero saber a história passada do Valentine e a da Jocelyn. (Quero saber outras coisas que as sagas The Bane Cronicles e The Infernal Devices me vão responder, mas tenho de as comprar primeiro!)

Eu sei que esta opinião foi bastante character-heavy, mas, neste caso, onde a linguagem não é propriamente floriada nem complexa, são estas e as acções e decisão que tomam que tornam o livro em algo empolgante. Porque, por muito que o mundo dos caçadores de sombras seja fascinante, só se manifesta em certos pontos, sendo um mundo inserido naquele em que vivemos, não existem descrições exaustivas de tudo e mais alguma coisa. O que me deixa triste, porque os shadowhunters podiam ser um bocadinho mais como o Magnus no que toca a decoração e moda e eu era feliz.

Ordenando os livros, do que mais gostei, em termos de desenvolvimento da história e todos esses aspectos, que não se centram no meu gosto por certas personagens secundárias (cough Magnus, Alec e Izzy cough), para o que menos gostei: Cidade dos Ossos, Cidade de Vidro, Cidade de Cinza, Cidade das Almas Perdidas, Cidade dos Anjos Caídos (wow, estas traduções devem estar tão mal feitas, para a próxima vai em inglês).

You Might Also Like

0 comentários

Subscribe